A perda de um emprego nunca é um momento fácil, especialmente quando a demissão acontece de forma inesperada. Mas afinal, o que caracteriza uma demissão injusta? Quais são os direitos do trabalhador nessa situação? E como buscar orientação da maneira correta?
Neste artigo, você vai entender o que diz a lei sobre o assunto e quais são os passos para agir de forma segura e informada.
O que é demissão injusta
No Brasil, a legislação trabalhista prevê diferentes formas de encerramento do contrato de trabalho, como pedido de demissão, demissão sem justa causa e demissão por justa causa.
A demissão é considerada “injusta” quando o empregador dispensa o funcionário sem um motivo grave previsto em lei, ou quando viola os direitos do trabalhador durante o processo de desligamento.
Situações comuns que podem indicar uma demissão injusta:
- Dispensa sem justa causa acompanhada de irregularidades no pagamento de verbas rescisórias;
- Desligamento discriminatório (por idade, doença, gravidez, entre outros);
- Não cumprimento de direitos como aviso prévio, FGTS e férias proporcionais.
Quais são os direitos do trabalhador em caso de demissão injusta?
Quando ocorre uma demissão sem justa causa, o trabalhador tem direito a uma série de verbas rescisórias e benefícios previstos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como:
- Saldo de salário (pelos dias já trabalhados no mês);
- Aviso prévio (trabalhado ou indenizado);
- 13º salário proporcional;
- Férias vencidas e proporcionais + 1/3 constitucional;
- Multa de 40% sobre o saldo do FGTS;
- Guia para saque do FGTS e seguro-desemprego, quando aplicável.
É fundamental que todos esses valores sejam pagos dentro do prazo legal, geralmente até 10 dias após a demissão.
Como fazer valer seus direitos?
Se você suspeita que sua demissão tenha sido injusta ou que algum direito não foi respeitado, siga estes passos:
1- Organize a documentação
Guarde todos os documentos relacionados ao vínculo empregatício: holerites, contrato de trabalho, comprovantes de FGTS, comunicações internas e documentos de rescisão.
2- Converse com a empresa
Muitas vezes, irregularidades podem ser corrigidas de forma administrativa. Um diálogo inicial pode resolver pendências sem necessidade de medidas formais.
3- Busque orientação jurídica
Se a situação não for resolvida, o ideal é procurar um advogado trabalhista de confiança ou a Defensoria Pública, caso não possa arcar com os custos. Somente um profissional poderá analisar o caso e indicar os caminhos legais adequados.
O que evitar ao buscar seus direitos?
- Não assine documentos sem ler: especialmente o termo de rescisão.
- Não aceite valores “por fora”: tudo deve estar formalizado.
- Não espere tempo demais: ações trabalhistas têm prazo (prescrição de dois anos após o fim do contrato).
Conclusão
A demissão injusta é uma situação delicada, mas o trabalhador não está desamparado. A legislação garante direitos e mecanismos de proteção, e conhecer essas regras é o primeiro passo para agir com segurança.
Caso sinta que algo está errado no seu desligamento, busque informações e apoio jurídico para analisar o seu caso. Assim, você terá clareza sobre quais medidas podem ser tomadas — sempre de forma legal e responsável.
Importante: Este artigo tem caráter informativo e não substitui a consulta com um advogado. Cada caso deve ser analisado individualmente, entre em contato com um advogado!